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Vergel do Lago / A origem

Vergel do Lago
Origem do bairro é de um pomar às margens da Lagoa Mundaú
Vista aérea do bairro do Vergel do Lago e adjacências.

Vergel do Lago, um dos bairros mais antigos da capital Maceió.

 Com uma população estimada em mais de 60 mil habitantes, o bairro do Vergel é um dos mais antigos de Maceió, que surgiu de um imenso sítio de fruteiras às margens da lagoa mundaú, habitado no início por grandes proprietários e pescadores. Hoje, tem ruas pavimentadas, um comércio em franca ascensão e várias avenidas urbanizadas, uma margeando a lagoa, conhecida anos atrás como "Dique Estrada" ou "Pajuçara II", numa alusão a praia de Pajuçara, o "cartão postal" da capital alagoana. O nome vergel, segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda, significa, pomar ou jardim. Assim, surgiu o bairro, de um pomar, onde eram cultivadas várias frutas típicas da região. Um dos fundadores foi Félix Bandeira, rico latifundiário, que detinha toda a extensão do atual bairro, seguindo até Ponta Grossa. Hoje, é nome de rua ligando os dois bairros. O Vergel do Lago se limita ao norte e oeste com Ponta Grossa e, a leste, com a Coréia e Trapiche da Barra. Suas ruas são estreitas, com casas conjugadas. A principal Avenida é a Monte Castelo, que parte da praça Santa Tereza , na Ponta Grossa, indo até às margens da lagoa, já foi uma pista de pouso de uso militar, nas proximidades galpões abrigavam moradores nas grandes guerras mundiais. 
            Próximo do centro da cidade e de estádio e ainda o pronto-socorro principal o Vergel do Lago ainda é muito procurado pelas famílias. Tem ainda praças, como a do Padre Cícero, a Virgem dos Pobres e próximo dali o Papódromo, um espaço que foi utilizado pelo papa João Paulo II, quando de sua visita à Maceió, e que se transformou num novo local de lazer para população.  Os moradores mais antigos lembram dos invernos rigorosos, quando o bairro ficava praticamente intransitável, com suas ruas transformadas em verdadeiros rios, sem pavimentação e redes de esgotos. Houve também aterro de boa parte do bairro, a lagoa foi diminuída. Hoje, a maioria do bairro é pavimentado. Os moradores continuam preservando a tradição de comemorar o São João, o Natal, o carnaval e outras festas populares.
Conjuntos triplicam a população do bairro
                 A população do Vergel do Lago triplicou nos últimos anos com a construção dos conjuntos residenciais Virgem dos Pobres e Joaquim Leão. São centenas de casas em alvenaria de tijolos e telhas, boas partes já ampliadas, que surgiram para acabar com as favelas às margens da lagoa. Mas pouco tempo depois, os novos casebres foram surgindo, descaracterizando a urbanização do Dique Estrada. Entre os dois conjuntos foi construído um canal para escoamento das águas até a lagoa, acabando com o problema de enchentes que desabrigavam os moradores do bairro. Na principal avenida que contorna o bairro, margeando a lagoa, conhecida como pajuçara II, os moradores se reúnem nos fins de semana nas diversas barracas padronizadas. Antes da urbanização da orla lagunar, o bairro era mais conhecido por ser um dos primeiros a existirem em Maceió. Seus moradores costumam utilizar a lagoa como sustento, tirando de suas águas peixes e moluscos. Mas reclamam muito da poluição, que aumenta a cada ano, gerada pelos despejos de indústrias. Orla lagunar pode se transformar em um novo "point" da juventude Não fosse a favela que surgiu às margens da lagoa mundaú, a avenida conhecida Dique Estrada, já urbanizada e com completa infraestrutura de lazer, com suas barracas-bares padronizada e de boa iluminação, poderia se transformar em um local de moda para turistas e a classe média, a exemplo da orla marítima. Beleza natural é o que não falta no local, proporcionada pela lagoa, principalmente em noite de lua cheia. Na região quando se constrói um conjunto habitacional a prefeitura desloca os moradores da beira da lagoa, os casebres são destruídos, mas logo aparecem outros, com novos moradores, que constroem os barracos, praticamente dentro d'água, correndo risco de vida com as enchentes costumeiras do inverno. O Dique Estrada é, para os turistas que passam pelo local, um dos mais bonitos de Maceió. Se a área fosse valorizada seria muito melhor, as próprias agências de viagem não incluem o local como ponto de atração turística.
Praça Padre Cícero é um dos principais pontos de lazer
           A praça do Padre Cícero é uns dos principais pontos de encontro do Vergel do Lago, oferecendo varia opções aos moradores. É também ponto de encontro de políticos em seus comícios. Com uma imagem do Padre Cícero Romão Batista em seu centro, praça é um ponto de atração religiosa. De lá partiam caminhões de romeiros em demanda ao Juazeiro do Norte, hoje as viagens são de ônibus. Ceará. Boa parte dos moradores do vergel é devota do padre, que é considerado por muito um verdadeiro santo. Nos fins de semana, alguns moradores fazem da praça um ponto de lazer. Nos seus poucos bares e barracas tomam cerveja, e saboreiam os tira-gostos preparados com tempero bem típicos da região além de ser tradicional a venda de batata-frita.
Tradição festeira do povo continua sendo preservada
             O visitante que chega ao Vergel do Lago numa noite de sábado, vai encontrar seus moradores nas calçadas, ouvindo músicas ou nos bares sempre lotados, que servem cerveja gelada, a pinga e o tira-gosto principal: o sururu, tirado na própria lagoa que circunda o bairro. Festeiro por natureza, o morador do Vergel esquece o pouco o sacrifício do cotidiano e entra pela madrugada. Na orla lagunar, é o que se pode chamar de "point". Lá, bares oferecem música ao vivo, e alguns possuem pistas de dança. 
              Por muitos anos o bairro possuía o famoso Bar das Ostras, situado de frente para a lagoa era conhecido internacionalmente, várias pessoas ilustres frequentavam a região para degustar as iguarias servidas neste bar. Em Maceió era referência nas décadas de 1970 e 1980.
            O bairro do Vergel do Lago já foi palco de grandes comícios entre 1980 e 1990, cantores famosos eram levados a praça Padre Cícero, principal palco político nos anos de 1980. Outro atrativo são os tradicionais "xangôs" ainda fazem parte dos costumes dos moradores. São espalhados por várias ruas. Nas datas festivas, principalmente no dia de Iemanjá, o bairro se transforma numa grande festa popular. Nas décadas de 1950 a 1960, os moradores se reuniam na Sociedade dos amigos do Vergel (Savel), um autêntico clube de bairro, onde promovia animados bailes. Hoje, os pontos de encontros são os bares. O tempo passou, mas não acabou com o ar festivo do Vergel do Lago. Há principal igreja católica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro oferece a famosa quermesse aos moradores. A localidade h
oje ainda conta com várias igrejas evangélicas espalhadas pelo bairro, mostrando a diversidade religiosa. A Casa do Pobre, conhecida por por cuidar de idosos, era mantida com doações dos próprios moradores, hoje ainda existe no bairro desempenhando um belíssimo papel de assistência social..

Curiosidades: Havia um chafariz próximo ao semáforo da Cabo Reis na rua Dom Adelmo Machado, os moradores pagavam pra tomar banho lá. Existia um lugar chamado "paiol" no final da Vila Kennedy 'A' onde os pescadores anunciavam a venda de peixes e crustáceos no bairro. Várias embarcações navegavam sobre a lagoa perto da escola Aurelina, muitas encalhavam. Por décadas moradores viajavam até a cidade de Coqueiro Seco de lancha e saíam das márgens da lagoa Mundaú no Vergel. A rua 24 de Outubro era chamada de rua do Banheiro, há relatos de que nessa rua funcionavam banheiros para soldados na época em que a avenida Monte Castelo era pista de pouso de aviões.

Comentários

  1. Ótimo histórico, parabéns os idealizadores !!!

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  2. Sou alagoano, moro no Paraná onde trabalho como jornalista. Estou fira de Alagoas há mais de 40 anos. A última vez que fui a Maceió foi em 2005. Tenho orgulho do Vergel, aí morava uma tia minha. Eu sempre quis entender aquela "pista que adentra a lagoa" e os as casas do tempo da guerra. Parabenizo pela postagem. Fiquei triste de saber que o Paiol não existe mais e que tráfego para Coqueiro Seco de lancha não exista. É uma pena que eu não conheça meu estado. Mas isso não vai ficar assim. Ano que vem me aposento e irei a minha terrinha para matar a saudade.

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  3. E lindo ver que meu bairro é valorizado pelo povo é verdade finais de semana tem música. A maioria passinho moro na rua são vicente aqui ete que é calmo a e lembrol da beira da lagoa eu tenho orgulho de. Ser nordestina. #NORDESTE. A qui tem no primeiro domingo. Do mês tem brinquedos na beira da lagoa

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